Eliana confessa: "Recebi mais propostas para posar nua durante minha fase para o público infantil"


No ano em que faz Bodas de Prata na profissão, a apresentadora fala sobre a guerra aos domingos e comemora suas conquistas.



Uma festa de debutante ou um videocassete? Em 1988, Eliana Michaelichen Bezerra, hoje com 40 anos recém-completados na sexta-feira (22), nem titubeou para responder. "Quero o aparelho para gravar tudo o que eu vou fazer na televisão", disse para seu pai, José Bezerra, 81. Cabelos encaracolados - tendência da época -, a adolescente pensava em seguir carreira como cantora e integrava A Patotinha, um grupo infantil. E, se não desse certo, sonhava em abrir um consultório como psicóloga.

Eliana considera seus 15 anos - e a opção pelo videocassete - um momento emblemático. Apesar de ter começado na vida artística ainda menina como modelo e a cantar aos 14, foi em 1988 que ela cravou o marco do início de sua carreira e agora celebra suas Bodas de Prata na profissão. "Nunca na vida imaginei que seria apresentadora, a primeira mulher na guerra pela audiência aos domingos. Meu sonho era muito menor." A seguir, 25 declarações de Eliana sobre a construção de seus sonhos.

1 - "No fundo, sou a mesma garota determinada que começou no SBT, descoberta por Silvio Santos (em 1990) ao participar do programa Qual É a Música? quando eu cantava no grupo A Patotinha".

2 - "Silvio Santos me convidou para fazer um teste para ser apresentadora e passei. Mas ele acabou com meu programa (Festolândia) três meses depois. Fui chorando procurá-lo e o abordei nos corredores da emissora. Não queria ficar em casa ganhando salário. Queria me comunicar. Ele me deu uma nova chance".

3 - "Saí de um grande cenário e passei a apresentar os desenhos sentada em um banquinho. Não tive medo. Fiquei feliz pela nova oportunidade. Sou resiliente".

4 - "Depois de seis anos, ganhei um programa com meu nome, Eliana & Cia. Foi uma emoção, o primeiro grande reconhecimento pelo meu trabalho".

5 - "Até hoje fico com as mãos geladas quando chego perto do Silvio. Sou fã dele, é um grande artista e profissional".


6 - "Arthur (filho dela de 2 anos e 3 meses do casamento com o empresário João Marcello Bôscoli, 43) nunca tinha visto meu trabalho como apresentadora infantil. Dia desses, ele viu minhas músicas natalinas. Olhou para mim, para o tablet, e voltou para as canções da Galinha Pintadinha, as preferidas dele (risos)".

7 - "Além de apresentar sempre conteúdos educativos, na minha fase de apresentadora infantil eu tomava muito cuidado com dança, gestos, roupas, sensualidade. Porque a sexualidade tinha de estar completamente fora desse universo".

8 - "Curiosamente, o período em que mais recebi propostas para posar nua foi durante minha fase para o público infantil. Acho o nu artístico maravilhoso, mas nunca posei assim, nem posaria".

9 - "Sempre fui muito transparente. Fiquei sete anos no SBT, fui para a Record, trabalhei lá 11 anos e voltei para o SBT em 2009. Tenho muito carinho por todas as pessoas com quem trabalhei. Eu me orgulho por manter as portas abertas".

10 - "A transição do público infantil para o adulto em 2004 foi muito difícil, o momento mais complicado desses 25 anos. Tive medo de não conseguir. Na época, eu trabalhava na Record e o mercado percebeu que as crianças migravam para a televisão a cabo, internet. A gente precisava inovar. Pedi oito meses para me preparar e estreamos o Tudo É Possível em agosto de 2005".


11 - "Meu medo nessa transição, temor ao desconhecido, era tanto que precisei fazer terapia. Claro que eu já era uma mulher madura nessa época, mas tinha dificuldade para me comunicar dessa forma, falando com toda a família. Afinal, foram 16 anos trabalhando com o público infantil. Bastava ligar a câmera que minha voz automaticamente ficava mais doce".

12 - "Parei de fazer terapia quando Arthur nasceu, para poder ficar mais tempo com ele. Mas foi bom. Acho que, se todo o mundo enfrentasse o divã pelo menos uma vez na vida, a humanidade seria melhor. Gosto de ouvir a verdade".

13 - "Desde 1999, faço pesquisa sobre minha marca e meu trabalho. Muitas vezes, fico lá, às escondidas numa sala, ouvindo o que falam de mim. Já escutei muita coisa dura, é difícil, mas acho bom. Muito elogio destrói uma pessoa, você acaba acreditando no personagem. E, quando isso acontece, o artista dança".

14 - "Nunca fui mimada. Minha mãe sempre apoiou minha carreira, mas mantendo a visão crítica. Quando ela não gosta de algo, fala".

15 - "Meu pai é um nordestino arretado e achava que mulher tinha de estudar para casar e ter filhos. Ele só começou a perceber que minha profissão era séria quando, aos 17 anos, comprei meu primeiro apartamento. Mesmo depois que me firmei como apresentadora, seguiu com a atividade dele, como zelador, até se aposentar".


16 - "Como a maior parte das mulheres, sou muitas em uma só: mãe, esposa, apresentadora, dona de casa, empreendedora. É da nossa natureza feminina... A gente é versátil e muda muito rápido. O marido olha e fala: 'Nossa, já mudou o cabelo de novo?' E a gente nem sabe o porquê (risos)".

17 - "Vou à feira, ao banco, cuido da casa e faço um monte de coisas ordinárias, como verificar orçamentos, contas a pagar. Quem gosta de ver 'contas a pagar'?! Acho isso muito chato (risos)!".

18 - "Minha rotina é bem definida. Acordo às 6h e passo as manhãs com meu filho. Três dias por semana vou ao SBT e os outros dois sigo para meu escritório (para cuidar de seus 120 produtos licenciados, da Editora Master Books e do portal DaquiDali). Domingo para mim é dia de trabalho. Almoço em casa com os familiares às 14h e logo depois subo para minha sala, para acompanhar a exibição do meu programa".

19 - "Todo domingo às 15h, vou para meu escritório em casa. Meu filho tem total liberdade para entrar, mas esse momento é muito respeitado por todos. Nessa sala, há várias televisões. A maior fica sintonizada no meu programa e as outras, na concorrência. Há também um aparelho do Ibope. Passo quatro horas analisando tudo e conversando com o meu diretor pelo telefone".

20 - "Não seria ético fazer observações sobre meus concorrentes. Eu os respeito. Sobre o meu programa, viso muito a qualidade. Já me recusei a apresentar determinados quadros por não acreditar neles. Audiência pontual, pura e simples, não é garantia de sucesso em uma carreira. Por exemplo, explorar mazelas humanas é, além de cruel, ineficaz a longo prazo. É preciso tempo, experiência, humildade, muito trabalho e, acima de tudo, respeito consigo e com o público".


21 - "Para estar aos domingos, nesse horário competitivo, ainda hoje, preciso provar diariamente que uma mulher é tão boa quanto um homem para ocupar esse espaço nobre da televisão. Não estou na guerra pela audiência, e sim na busca por aprimoramento e consolidação".

22 - "Trabalhei como apresentadora infantil porque sempre fui apaixonada por crianças. Sempre sonhei em ser mãe. Mas, como qualquer mulher contemporânea, sabia que aos 20, 30 anos, ainda era muito cedo para ter filhos. Arthur veio no momento perfeito: tenho tranquilidade financeira, sou dona da minha agenda, tenho tempo para ele. Se ele tivesse nascido antes, essa dedicação seria complicada".

23 - "Arthur brinca na rua, pega frutinhas no pé, gosta de ver DVDs de música, ama Jackson Five e tem muitos livrinhos. Televisão aberta, ele ainda não assiste. De vez em quando, ele me vê no programa, diz mamãe e olha para mim".

24 - "Nesse momento, não penso em ter mais filhos. Já tenho minha grande paixão".

25 -  "Como imagino meus 50 anos de carreira e 65 anos de idade? Não sei (risos)... Quando penso no futuro, penso em aprender, permanecer atenta às mudanças e às novidades e, no que depender de mim, desejo trabalhar na televisão por muitos anos"

Nota publicada por Contigo em 27/11/2013

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